Pavê Mix: Então é Natal!

Scrooge se tornou uma pessoa melhor. Jack ficou fascinado com as luzinhas e o amor espalhados por todo canto. Grinch aprendeu a ser menos chato diferentão. Jack Frost foi visto pela primeira vez em muito tempo. John McClane salvou o dia. E todas essas histórias foram muito bem acomodadas ao Natal. Isso porque – segura que lá vem clichê – existe algo de mágico no ar durante essa época do ano! Família, reencontros, perdão, amizade, amor… Dezembro traz um calorzinho pros nossos corações e isso é muito bem representado na ficção. Então vem com a gente nesse Pavê Mix que veio pra trazer umas dicas de coisinhas amor pra assistir durante o Natal!

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[Descrição da imagem: A personagem Angie, de RENT, vestida com um vestido Natalino, segurando dinheiros em suas mãos, olhando para o lado. A sua volta vemos o apartamento e sua decoração, que inclui uma bicicleta encostada numa viga.]

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Vamos falar sobre assédio?

tw: assédio, abuso, pedofilia.

A jornalista Carol Moreira recentemente entrevistou o ator hollywoodiano Vin Diesel a respeito do novo filme que ele estava divulgando em São Paulo, Triplo X 3: Reativado. Veja bem, vou repetir mais uma vez. Entrevistou. Ela estava trabalhando. Quando foi interrompida para ser elogiada não uma, não duas, mas três vezes. Mas por que seria ruim ela receber elogios de um ator? Por que seria ruim qualquer um receber elogios? Quando essa pergunta passar pela sua cabeça, pense em duas coisas:

  1. Você está gostando?
  2. Você se sente confortável?

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Black Mirror e as consequências da tecnologia sem limites

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[Descrição da imagem em destaque: Logotipo da série.]

A essa altura, com certeza você já deve ter ouvido falar sobre o famoso seriado Black Mirror. Seja no facebook, twitter, instagram ou qualquer outra rede social: certamente tem alguém que sempre irá mencioná-lo. Um dos maiores sucessos da atualidade, após seis episódios e um especial aclamados mundialmente pelos seus telespectadores e por críticos, foi resgatado pelo serviço de streaming Netflix, que produziu sua mais recente temporada, com os seus criadores originais.

A sua chegada à Netflix acabou tornando o seriado ainda mais popular, trazendo outros seis novos episódios que se consagraram em meio a um público gigantesco e que vem aumentando a cada dia que passa. Surgiu, inclusive, o meme “cara, isso é muito black mirror” (ou algo do tipo) para se referir a uma coisa que faça qualquer alusão cômica, direta ou indiretamente, à sua temática.

Porém, se você ainda não chegou a conferir a tão falada série e deseja saber mais sobre ela antes de começar a assistir, se aproxime, pois este post é para você.

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Ligações, uma história moderna de natal, e os livros de Rainbow Rowell

O natal está chegando e, com ele, aqueles momentos que a gente tira pra se enroscar em um canto e ler – seja para fugir de todas as pessoas que estão dividindo a casa com você ou para descansar depois de um ano cansativo. Nessas horas, nada melhor que uma história gostosa, com personagens que te fazem torcer por eles e romances que te fazem virar as páginas do livro o mais rápido possível. Se essa história também tem cachorros, filhotinhos e momentos de tensão em pleno natal, então ela fica melhor ainda, não é?

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Ligações, da norte-americana Rainbow Rowell, conta a história de Georgie McCool e Neal, seu marido. E como um telefone mágico pode mudar o casamento dos dois – ou até mesmo fazê-lo nunca ter acontecido, apagando a existência de suas duas filhas. Continuar lendo

Este Livro É Gay e sentimentos conflitantes de uma lésbica

Um manual para jovens (principalmente adolescentes) sobre o mundo da diversidade de gênero e sexualidade, sobre LGBTs* (e demais letrinhas, já que não cabemos numa sigla), sobre aqueles e aquelas que somos marginalizados diariamente por uma sociedade patriarcal e cis-heteronormativa; tudo isso apresentado de forma engraçada, leve e ilustrada. A princípio, é disso que trata o livro Este Livro É Gay – e hétero, e bi, e trans….

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Pavê Mix: Jane Austen

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Jane Austen nasceu em 16 de Dezembro de 1775, há exatos 241 anos. Ela foi, e ainda é, uma das mulheres mais importantes da literatura. Suas obras criticaram abertamente a sociedade em que ela viveu; suas protagonistas irônicas e de personalidades fortes mostraram que as mulheres podem ser inteligentes, independentes e donas de si. Tudo isso em uma época em que poucas delas podiam ousar escrever.

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Ótimas comédias românticas ruins de Natal

Dezembro vem o Natal e vários filmes temáticos passando na televisão. Existem muitos clássicos natalinos que trazem toda aquela magia especial da época e deixam nossos corações quentinhos. Agora, se você for como eu, uma louca apaixonada por essa data e que todo ano sai caçando filmes menos conhecidos para assistir, já deve ter esbarrado em coisas de qualidade bastante duvidosa por aí. E não é justamente disso que precisamos algumas vezes?

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As Violetas de Março

 São raras as vezes que nos acontece de um livro simplesmente cair no nosso colo, e que quando começamos a lê-lo, se torna um dos melhores livros que já lemos. E comigo foi assim. Ele literalmente veio até mim por destino. Ganhei por um sorteio de um blog literário e assim que o recebi, comecei a ler e não parei mais. Estou falando de As Violetas de Março de Sarah Jio.

As Mil Noites: Fantasia no universo feminino

Eu amo ler fantasia e é facilmente um dos meus gêneros preferidos. Consegui devorar de tudo um pouco — do clássico até o mais novo, do infantil até o adulto. Mas uma coisa que sempre acabou me incomodando é a falta de personagens femininas dentro desse universo, ou personagens mulheres que não fossem completamente masculinizadas, e que são valorizadas apenas por serem “como homens”.

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Isso acontece bastante no gênero fantástico, infelizmente. Personagens como Brienne e Arya, em Game of Thrones, são valorizadas e amadas porque elas têm espadas, porque elas lutam, porque são tradicionalmente mais como homens. Personagens como Sansa Stark são completamente deixadas de lado, vistas como fracas. Até a própria Daenerys é vista assim, até ela conseguir os dragões. Vi muitas discussões sobre isso, principalmente quando tratamos do 5º livro — Daenerys é ótima personagem enquanto está destruindo cidades, montada em dragões, mas quando está em um conflito amoroso, sem saber onde ir, é novamente vista como fraca.

Eu poderia ficar aqui anos e anos explicando todas as milhares de coisas que me incomodam no tratamento das personagens femininas em fantasia, tanto pelos autores como pelos leitores. Como não são valorizadas, como frequentemente são reduzidas a objetos na trama, ou como sempre acabam sendo deixadas de lado. O universo feminino não é bem vindo na fantasia, e as mulheres dentro dele – as autoras, principalmente – tem que lutar por seu espaço.

Então eu li As Mil Noites, de E. K. Johnston. E eu me apaixonei por completo. Continuar lendo

Dois filmes de Mamoru Hosoda

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Mamoru Hosoda é um diretor de animações que caiu nas graças do público – e dos estúdios – por produções como One Piece e Digimon. Ele trabalhou em grandes estúdios como a Madhouse e a Toei Animation. Hosoda até mesmo foi contratado pelo Estúdio Ghibli para trabalhar na produção de Howl’s Moving Castle, mas não chegou a participar efetivamente da produção do longa por não apresentar um conceito de arte aprovado pelos produtores. Na verdade isso não surpreende, já que o estilo das animações do diretor não são nem um pouco parecidos com aqueles apresentado pelo estúdio. Apesar da falta de compatibilidade de estilo com o Estúdio Ghibli, Hosoda ainda é um dos diretores mais competentes da atualidade, ele é também o responsável por algumas das minhas animações favoritas.

Apesar de ter assistido Digimon e One Piece quando eu era criança, eu só entrei em contato com os filmes dele de verdade quando uma amiga me indicou uma das animações preferidas dela, Guerras de Verão (2009). Depois disso eu acabei assistindo A Garota Que Conquistou o Tempo (2006) e As Crianças Lobo (2012). Decidi ficar de olho em qualquer eventual produção de Hosoda e, recentemente ele lançou o longa de animação O Rapaz e o Monstro (2015) que mostrou-se tão maravilhoso quanto os demais filmes do diretor.

Cada uma dessas animações me encantou de maneira diferente, mas com algo incomum: os personagens complexos, as relações bem desenvolvidas, as tramas envolventes e dinâmicas, e a arte encantadora. O trabalho do Hosoda é tão encantador que nós não poderíamos deixar de falar dele aqui no Pavê. Mas esse post é apenas sobre os dois primeiros filmes citados, A Garota Que Conquistou o Tempo e Guerras de Verão. Mas não se desespere, pequeno gafanhoto, ainda pretendemos escrever um post para os outros dois.

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