5 Séries YA pra você ler esse ano (que já foram terminadas)

Uma das minhas resoluções de ano novo no ano passado era finalmente voltar a terminar de ler as milhões de séries que eu comecei nos últimos anos. Na minha estante, tinha séries paradas desde 2010, séries esquecidas no churrasco e completamente deixadas de lado.

Infelizmente, a resolução não deu certo no ano passado mas está dando certo esse ano sim. E apesar de alguns tropeções, de achar séries que anos depois ficaram meio ruins, ainda tem algumas séries boas que valem a pena retornar pra ler.

Vem conferir!

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Todo o amor de Queer Eye

No começo do mês, a Netflix lançou uma nova versão do reality show Queer Eye. Um reboot de Queer Eye for the Straight Eye, lá do comecinho dos anos 2000, o programa nos apresenta cinco caras gays, cada um com uma especialidade diferente, que vão ajudar oito homens a dar um jeito em todos os aspectos de suas vidas. Sabe todos aqueles programas de reforma do Discovery Home & Health e GNT? Então, é uma mistura disso tudo – mas melhor.

Eu estava um pouco com preguiça de assistir, confesso, mas quando o final de semana chegou e não tinha mais nada pra fazer, resolvi dar uma chance pro programa. E acabei largada no sofá sem saber lidar com tanto AMOR antes mesmo do primeiro episódio acabar.

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As reflexões e problemáticas de Eu, Tu e Ela

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Buscando uma série curtinha e que pudesse assistir sem muito compromisso, me deparei com Eu, Tu e Ela, colocada na plataforma Netflix como uma de suas produções originais. A sinopse chama a atenção ao apresentar a pretensão de tratar de uma relação a três, aparentemente de forma leve e com um ar de “quebrar o tabu”. Algo assim desperta a curiosidade mas de cara também levanta as anteninhas em relação à abordagem problemática do tema: uma mulher se envolve com um casal, de um homem e uma mulher, por ser uma “acompanhante”, ou seja, algo como “prostituta de luxo”.

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BoJack Horseman: vida adulta e o preço da fama

Algum tempo atrás, publiquei um post (você pode conferir aqui) com cinco indicações de sitcoms que nós do blog vimos e recomendamos. Dentre essas indicações, uma série em específico está entre minhas favoritas: Bojack Horseman.

Já tem uns meses que estava querendo escrever sobre essa série aqui no Pavê, desde que terminei de assistir todos os episódios disponíveis. Mas por se tratar de uma obra sobre a qual pretendia realizar uma reflexão mais aprofundada, resolvi esperar pelo momento certo. E ele finalmente chegou através dessa Sexta Livre. Então vem com a gente conhecer um pouco mais sobre o mundo dos desenhos adultos e acompanhar essa resenha detalhada!

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Let’s Eat: um dorama para quem ama boas histórias e culinária

De acordo com a lenda, no Brasil o ano só começa depois do Carnaval. E por isso hoje, na quarta-feira de Cinzas, o Pavê te apresenta a um dorama para começar o ano com o pé direito e que vai te fisgar pelo estômago e pelo coração.

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[#PraCegoVer: Da esquerda para a direita temos os personagens Kim Hakmoon, Lee Sookyung, Koo Daeyoung e Yoon Jinyi. Cada um deles está rodeado pelos mais diversos pratos.]

Let’s Eat é um dorama que mistura romance, amizade, mistério e muito foodporn. Garanto que é impossível não se encantar por essa história.

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O Sonho da Sultana: Primórdios da ficção científica feminista

“Se você diz não, eu sei que é não (ô se é não).

E que só é sim, se assim você disser.

Não importa o que é que você vai vestir,

eu não vou te tocar sem você consentir.”

(Marchinha de Carnaval “Se você quiser”, disponível aqui)

Aproveitando o post de hoje para começar desejando que estejam passando um ótimo Carnaval, seja como tiverem escolhido curtir o feriado, festejando nas ruas ou aproveitando um descanso em casa! E, claro, lembrando que apesar da linda festa que o povo brasileiro promove nesses dias, é também um momento que muitas contradições e problemas da nossa sociedade podem ficar mais evidentes, então é importante que continuemos na luta nesses momento para garantir um momento divertido para todos, sem preconceitos (atenção para as fantasias desrespeitosas!), sem assédios, enfim, deixando todas e todos festejarem em paz apenas com muita alegria!

Inclusive hoje temos uma resenha que nos ajuda a refletir sobre algumas das opressões em nossa sociedade, advindas do sistema patriarcal que vivemos. Trata-se de resenha sobre o conto O Sonho da Sultana, da autora Roquia Sakhawat Hussain, da região que à época era chamada de Bengala (tendo sido dividida posteriormente tornando-se parte da Índia e Bangladesh). Originalmente publicada em bengali em 1905, a obra é considerada uma das precursoras da ficção científica feminista e foi disponibilizada em português gratuitamente, em 2014, pelo projeto Universo Desconstruído (tradução por Lady Sybylla).

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A temporada de premiações e os mesmos problemas de sempre

Chega essa época do ano e muita gente só consegue pensar em uma coisa: temporada de premiações. Esses primeiros meses são marcados pela presença de muitas cerimônias de premiações, principalmente cinematográficas. Pra quem é apaixonado por cinema, esse é o momento perfeito pra olhar as listas de indicados e fazer aquela maratona maluca. Por muito tempo eu fui uma dessas pessoas, mas estamos em 2018 e é muito cansativo ignorar todos os problemas. Vamos conversar um pouco sobre isso?

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Harriet A Espiã, Nancy Drew o quê? Aqui é Irene Lee, rapá!

 

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Tamanho nem sempre é documento. E quantidade não quer dizer qualidade. E muitas vezes, um bom curta pode ser tão bom quanto (ou até mais) um longa metragem. Hoje trago um curta que é a prova disso, uma história encantadora, com produção impecável e de encher os olhos, com protagonista leste-asiática-americana e com roteiro e direção também. Com vocês, Irene Lee, Girl Detective, dirigido e roteirizado por Yulin Kuang.

Falando de um tipo de filme bem específico e voltado para o público infanto-juvenil, você com certeza já deve ter visto algum assim: crianças protagonistas (brancas) vivendo altas aventuras no seu jardim, sua vizinhança, num dia forte de sol ou até mesmo em casa, sozinhas ou com uma trupe de amigos. Tem inúmeros filmes assim tipo Sessão da Tarde e você deve conhecer pelo menos um – ou vários, porque sério, tem muitos. E ainda assim, é muito difícil encontrar um filme com protagonista mirim não branco, numa narrativa leve, divertida e cheia de aventuras, podendo ser o centro da história ao invés das meninas brancas que vendem limonada na esquina.  Continuar lendo

Literatura assexual pra quando bater a bad (ou pra qualquer hora, de verdade)

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Nessa última semana, saiu a notícia de que a homossexualidade de Alvo Dumbledore não vai estar presente no próximo filme de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Fãs ficaram indignados, o que é esperado, e J.K. Rowling recorreu ao Twitter para defender o filme  e suas escolhas. Verdade seja dita, eu não dei muita atenção ao que a autora de uma das sagas que eu mais amo no mundo tinha a falar. Já faz um tempo que Rowling vem dando bola fora atrás de bola fora quando o assunto é Harry Potter. Ela defender que Dumbledore ser um homem gay não é importante pro plot (quando lembramos que ele vai enfrentar o homem por quem era apaixonado na adolescência) é só mais um erro numa fila que só cresce.

No meio disso tudo, algumas pessoas vieram perguntar “por que colocar sexualidade em um filme para crianças?“. Bom, resumidamente, porque ela já está lá desde o começo. Nessa sequência de tweets da Tristina Wright (em inglês), ela explica como a heterossexualidade está presente desde o primeiro capítulo do primeiro livro, quando Rowling nos apresenta os tios casados de Harry, e não para mais. Todos os casais de Harry Potter são héteros e o único personagem gay só foi descoberto gay anos depois da publicação dos livros. É engraçado (pra não dizer dolorido) pensar que as pessoas veem relacionamentos só como sexo.

Engraçado (dolorido) porque, no fim das contas, nossa sociedade é assim. Sexo é e sempre foi o padrão quando pensamos em relacionamentos, principalmente relacionamentos não héteros. Imagina o que isso não faz com a cabeça de alguém que não sente atração sexual por ninguém. Imagina como é ser assexual em uma sociedade que lê “Dumbledore é gay” e já sai gritando que isso não pode aparecer nos filmes, filmes que focam nele e no homem por quem ele era apaixonado, porque esses são filmes infantis.

Quando todo mundo foca em sexo, ser assexual machuca.

E é por isso que é tão importante ter livros e filmes e séries com personagens assexuais. Já falei sobre isso aqui no Pavê ao apresentar Sirens. Acontece que a Voodoo é uma personagem secundária e, apesar dela ter bastante espaço dentro da série, o foco não é ela. Mas isso não é motivo para se desanimar porque Tash e Tolstói e Garotas Mágicas Super Natalinas existem (e eu prometo que vou tentar segurar os spoilers, viu?). Continuar lendo