3 livros pra te ajudar

O Palê de hoje tá com carinha daquelas seções de autoajuda, mas não se assusta, tá? Esse é um post do bem, feito com muito amor no coração para tentar ajudar quem tá com o coração apertado, se sentindo meio perdido, vazio ou que, talvez, só quer tentar um tipo de leitura diferente. Se aconchega na cadeira que esse post é pra você.

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A licantropia violenta de Bitten e sua protagonista diferentona

Quem me conhece (ou já leu alguns dos meus posts) sabe que eu sou a louca dos lobisomens. Nada de vampiros, tão famosos alguns anos atrás, ou zumbis, essa coisa insana que todo mundo ama mas que, confesso, nunca entendi (e que também é uma das poucas coisas fantásticas que me dá medo de verdade). Meu negócio é lobisomem. E na minha constante busca por histórias com lobisomens um tempo atrás, eu reencontrei Bitten.

Meu primeiro contato com Bitten se deu lá em meados de 2014, mas esse ano, depois de relembrar que essa série existia, resolvi reassistir os episódios que já tinha visto e terminar as três temporadas – afinal, não é sempre que a gente encontra seriados inteiros dedicados a lobisomens, não é mesmo? Muito menos colocando uma mulher como personagem principal.

Mas o que é Bitten, afinal de contas? Lançada em janeiro de 2014, a série acompanha Elena Michaels (Laura Vandervoort), uma fotógrafa de 28 anos que mora em Toronto, divide um apartamento com o namorado e, bem, é uma lobisomem. Acontece que Elena é a única mulher lobisomem de que se tem notícia, tendo sido a única a sobreviver a mordida. Mas nem mesmo essa posição tão única (porque, aparentemente, licantropia só funciona em homem – o pior trope de que já tive notícias nessa vida) consegue fazê-la se sentir em casa juntamente com os outros lobisomens em Stonehaven.

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Descrição da imagem: Um grupo de pessoas posa em uma sala abastada, olhando para a câmera.

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A Torre Negra: Um Epílogo de 300 páginas

Faz algum tempo que não faço um post de “falar mal” aqui no blog. Quem conversa comigo acha que é hobby meu falar mal das coisas, mas na verdade eu gosto muito mais de falar das coisas que eu gosto. Mas enfim, esse é um post de falar mal.

Com o filme A Torre Negra estreiando nos cinemas esta semana, achei válido trazer um pouco sobre a leitura do livro que fiz recentemente. Eu, como boa leitora, sempre procuro ler o livro antes de sair o filme (sim, para poder soltar o clássico “o livro é melhor” depois dos créditos), e com A Torre Negra de Stephen King não foi diferente. Assim que anunciaram o elenco com Idris Elba, eu corri para a livraria pegar a minha cópia, e finalmente comecei a ler essa série que eu estava procrastinando há anos.

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#pracegover: imagem de um homem de costas com chapéu de caubói e um casaco voando ao vento, uma torre muito alta no fundo.

Bom, daí vem a parte ruim. Eu não gostei do livro.

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Pavê de Vó: Matilda

 

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[Descrição da Imagem: cena de Matilda, com a clássica fita vermelha na cabeça, encarando a sua frente.]

Quem nunca assistiu ou ouviu falar de Matilda? Esse grande clássico da Sessão da Tarde. Não só isso, como um grande clássico da literatura infanto-juvenil, obra de Roald Dahl; autor conhecido por títulos famosos como Charlie e A Fábrica de Chocolate, O Fantástico Sr. Raposo, James e o Pêssego Gigante e muitas outras mais. Além do famoso longa metragem de 1996, a história de Matilda também se tornou um musical.

Hoje no entanto, venho falar exclusivamente do filme. Apesar de Matilda ser um clássico da literatura eu não sabia da existência do livro na minha infância, só muitos anos depois descobri que a história que tanto adorava era inicialmente, um livro. Pelo que vi, a adaptação é bem fiel à história original, mas ainda pretendo voltar aqui um dia e falar sobre a obra original tintim por tintim.

Enfim. Matilda. Há aqueles que adoram esse filme e há aqueles que detestam – ou simplesmente não se importam. Dos que gostam, muitos lembram com um quentinho no coração da pequena Matilda que adora ler. Mas a história é muito mais do que a paixão pelos livros da pequena protagonista.

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Pavê de Vó: Orgulho & Preconceito, o romance primordial

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Ok, gente. Eu sei que todo mundo já viu Orgulho & Preconceito. Pelo menos umas duas vezes, se não mais, se não literalmente todas as versões possíveis desse romance em uma maratona sem fim do casal romântico favorito de todos os tempos.

Orgulho & Preconceito é nostálgico, mas também não é. Eu já era um pouco mais velha quando li pela primeira vez, com treze anos, mas foi o suficiente para eu saber que esse livro mudaria minha vida, e que ele sempre vai ser aquela leitura confortável ao qual eu retorno quando o mundo é triste e cruel.

Sinceramente, tenho histórico de família. Também é um dos livros favoritos da minha mãe. Lembro que em 2008, quando fiquei doente e passei o dia inteiro em casa, ela me deu a lição de casa de ver a série inteira da BBC (culpo esse fatídico dia do meu eterno crush no Colin Firth). Então aqui eu vou falar mais um pouquinho sobre esse livro e sobre as adaptações maravilhosas que ele gerou.

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11 motivos para vibrar com o financiamento coletivo

Apoios coletivos, crowdfundings, vaquinhas online, etc. São todos nomes que vêm se tornado mais correntes na cena da produção cultural, entre outros âmbitos. Apesar de não ser nenhuma especialista no assunto, decidi abordar, nessa sexta livre-leve-e-solta– doida pra beijar na boca, um pouquinho das minhas experiências positivas com os financiamentos coletivos na internet enquanto consumidora (já que nunca fui responsável por criar algum projeto do tipo).

A ideia básica dos financiamentos coletivos é muito simples. Aquela velha vaquinha que faz dar certo o churrasco, o aniversário surpresa das amigas, a produção de um zine caseiro por um grupo de estudantes, entre outras coisas, só que elevada a uma coletividade bem maior e com projetos bem mais ambiciosos. No âmbito do financiamento coletivo online, no lugar do churrasco temos o início de uma empresa, do aniversário temos uma tecnologia inovadora, da zine caseira temos uma série de quadrinhos. As possibilidades de uso do financiamento coletivo são imensas. E o melhor: dão certo.

Acredito que essa modalidade abriu muitas portas para diversas produções culturais que provavelmente não conseguiriam outra forma de patrocínio. O mercado, no geral, não é essa coisa tão bonita que dá oportunidades para todos se realmente se esforçarem, oferece diversas opções para todo tipo de consumidor ou coisa do tipo.

Na realidade, focando aqui no debate de cultura, o mercado é extremamente excludente. Afinal, vai procurar lucrar com a cultura e, quando se quer lucrar, se procura aquilo que é mais seguro, ou seja, o que reproduza o status quo. Então são deixadas de lado produções diferentes, mais preocupadas com a diversidade, a representatividade, com estilos mais questionadores e críticos, ou mesmo produções que não sejam tão diferentes do comum mas que sejam realizadas por sujeitos marginalizados por seu gênero, raça, região, classe e afins.

Nesse sentido, acredito que a tal da vaquinha online pode driblar essas preferências “lucrativas” e proporcionar que outros tipos de produções culturais sejam bem sucedidos. Claro que nem todos os financiamentos que dão certo são assim tão descolados e legais, mas muitos o são e é isso que temos que valorizar.

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10 livros incríveis para você conhecer a cultura steampunk

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[Descrição da imagem em destaque: Ilustração digital em tons terrosos de uma cidade steampunk semelhante a Londres, com construções referenciando um cenário futurista.]

Faz algum tempo que venho querendo escrever mais posts sobre ficção científica e fantasia aqui para o blog, especialmente palês com muitas recomendações literárias dentro desses dois temas. Além de dois gêneros altamente presentes na cultura pop, se não os principais, a ficção científica e a fantasia trazem consigo submundos extraordinários que integram seus universos.

Entretanto, esses subgêneros chegam até  a ser pouco reconhecidos, já que nem sempre recebem na cultura pop o mesmo nível de atenção que conteúdos mainstream (algo comercializado com um imenso sucesso). É o caso do steampunk, gênero do qual tive conhecimento através de autores como Mary Shelley e Júlio Verne e sobre o qual falaremos nesse post. Vem com a gente descobrir essa cultura!
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Wynonna Earp: demônios, maldições e romance

Se você anda pelo maravilhoso reino do Tumblr com certeza já deve ter esbarrado com ao menos um gif de Wynonna Earp. A série faz bastante sucesso lá na gringa, apesar de aqui ainda ser meio desconhecida. E é por isso que vamos te apresentar à maravilha que é essa produção do canal Syfy.

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[Descrição da imagem: Wynonna olha para a frente com uma arma apontada na direção da câmera.]

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A amizade feminina em A Amiga Genial

Você provavelmente já ouviu falar da Elena Ferrante, a autora italiana cujo nome tem borbulhado internet afora por mil motivos. Seja figurando projetos como o #LeiaMaisMulheres do Modices e derivados (sempre extremamente pertinentes) ou em resenhas sobre suas obras ou até mesmo em matérias sobre seu anonimato, o nome de Ferrante tem tanta força que a febre já tem até nome: a Ferrante Fever.

O que faz Elena Ferrante e seus livros tão comentados? Pode até ter gente mundo afora querendo colocar o motivo disso tudo na escolha da autora de se manter afastada dos holofotes e usar um pseudônimo e nas consequentes tentativas de jornalistas (cuja moral não discutirei aqui) de descobrir sua verdadeira identidade. Mas quem diz isso provavelmente nunca pegou um livro de Ferrante nas mãos e leu uma frase que seja.

L’Amica Geniale, ou A Amiga Genial, aqui no Brasil, é o primeiro livro da tetralogia de mesmo nome que trouxe tanta fama (nacional e internacional) para a autora italiana. Narrada em primeira pessoa por Lenu, a história acompanha sua infância crescendo em uma área pobre de Nápoles juntamente com Raffaella Cerullo, a Lila, e as outras crianças do bairro. Cada livro acompanha uma fase da vida dessas pessoas, dos primeiros anos à maturidade, quando Lila desaparece sem deixar vestígios e, mesmo sendo narrado quando a própria Lenu já é, ela também, uma mulher de mais de sessenta anos, há tantos detalhes e tanta sinceridade nas palavras da narradora que é difícil não se sentir tragada por sua narrativa.

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O poder dos curtas e representatividade em animação com Os Herois de Sanjay

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Falamos muito sobre representatividade e diversidade na mídia com elenco de pessoas reais, mas e na animação? Talvez alguns estranhem eu falar disso aqui porque afinal olha só os últimos filmes que saíram, Moana, Zootopia, as princesas da Disney não brancas clássicas e as últimas mais novas, olha Festa no Céu e Kubo e as Cordas Mágicas! Festa no Céu é realmente bom e principalmente incrível e rico na produção cultural e visual, diferentemente do que eu acho de Kubo. Mas enfim, a questão é que temos mais filmes de animais – que nem sempre são bem executados, principalmente quando usam o comparativo de diversidade de animais com diversade de raça e etnia – do que de crianças e pessoas não brancas, lgbt+, com deficiência na tela dos grandes filmes de animação. Essa falta de representação se sente, principalmente com as crianças, em que se ver na tela pode mudar a percepção e a força que você tem em relação à si mesmo; assim como gerar empatia. E é visível que queremos sim, representatividade. Não è à toa que Estrelas Além do Tempo foi sucesso de bilheteria, que há milhares de meninas que puderam se ver na Moana e se sentirem representadas, que Mulher Maravilha quebrou recorde de faturamento porque queremos ver mais heroínas salvando o dia.

O número de protagonistas não brancos nos longas de animação não é muito grande. E eu ainda tenho a constante sensação de que é menor ainda do que em produções live-action, com pessoas atuando. A Disney tenta, mas nem sempre é feliz. Pocahontas é uma versão romantizada e completamente distorcida da história original. Temos A Princesa e o Sapo e apenas uma, uma protagonista negra entre milhares de protagonistas brancas da Disney. E é aquilo, quanto mais personagens e mais pontos de vista diferentes, mais chance de desenvolver diferentes vivências, personalidades, dar dimensão e realmente conseguir trazer diversidade com representação na tela. Apenas uma visão não é o suficiente, não basta apenas uma versão, queremos muitas histórias e mais personagens não brancos sendo o centro da narrativa, não apenas o personagem engraçadinho, o melhor amigo, o de participação especial.

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