Mãe!

Chegou na hora de falarmos aqui no Pavê Trevoso sobre um dos filmes mais controversos desse ano: Mãe! de Darren Aronofsky. Vendido por todo lado como um clássico filme de terror — o trailer mostrando paredes sangrando, Jennifer Lawrence gritando — não poderia ter feito um marketing mais errado. Ou talvez, era o único jeito como sabiam vender esse filme. Uma coisa é certa: eu nunca vi nada igual Mãe!

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The Path: as dores e perdas de amadurecer

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Na Sexta Livre de hoje trazemos mais um post do universo dos games e mais uma coisinha especial: um convidado escrevendo sobre! Joris veio trazer um pouco das suas impressões sobre o jogo The Path, para que trilhassemos juntos essa jornada.

Enfrentar pela primeira vez o significado da morte. Levar “rasteiras” de pessoas que confiávamos e resolvem nos trair. Lidar verdadeiramente com o sexo, com o qual apenas enxergávamos sob uma aura misteriosa e ao mesmo tempo atraente. Descobrir que há coisas terríveis sobre nós mesmo, características que não gostaríamos de possuir. Tantas e tantas experiências que nos traumatizam. E nos fazem crescer.

Crescer é aterrorizante.

Crescer significa questionar o que os seus pais, familiares e professores te ensinam que é certo desde que você é pequeno. Crescer significa também saber que as respostas estão a nosso alcance, apenas esperando para serem descobertas, mas para que façamos isso, nós precisamos sair da Trilha.

Precisamos sair do caminho que nos ensinam ser o mais seguro e correto para explorar os lugares estranhos e misteriosos, onde se escondem sentimentos e desejos novos. O ato de explorá-los é assustador e desorientador, mas nós precisamos fazer isso porque se continuarmos na Trilha e nunca explorarmos a floresta escura e estes sentimentos, nós jamais saberemos nada sobre a vida e sobre nós mesmos.  Viveremos uma mera projeção da Trilha que traçaram para nós.

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Frankenstein, a primeira obra do gênero literário ficção científica

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[Descrição da imagem: Uma pilha de dois livros com a coletânea com as obras Frankenstein, O Médico e o Monstro e Drácula, da editora Martin Claret; acima, edição de Frankenstein da editora Zahar e um crânio decorativo.]

Nada melhor do que trazer ao nosso Pavê Trevoso um dos maiores e mais tradicionais nomes do terror mundial. Por isso, no post de hoje, refletimos sobre Frankenstein, sua importância não apenas para a literatura mundial como também para a cultura pop e, principalmente, te introduzimos aos seus primórdios. Vem com a gente explorar o famoso conto!
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It Follows: terror indie em sua melhor forma

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No Pavê Trevoso de hoje eu vim recomendar um filme de terror diferentão que assisti esses tempos. It Follows, ou em português, Corrente do Mal, é um filme de 2014 que saiu em uma produção indie e acabou ganhando grande destaque e até concorreu na categoria melhor filme de terror no Saturn Awards do ano passado.

A premissa do filme é bem simples: quando a personagem principal, Jay, dorme com o cara que está saindo pela primeira vez, uma estranha criatura que pode ter a cara de qualquer pessoa começa a persegui-la.

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Wynonna Earp: demônios, maldições e romance

Se você anda pelo maravilhoso reino do Tumblr com certeza já deve ter esbarrado com ao menos um gif de Wynonna Earp. A série faz bastante sucesso lá na gringa, apesar de aqui ainda ser meio desconhecida. E é por isso que vamos te apresentar à maravilha que é essa produção do canal Syfy.

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[Descrição da imagem: Wynonna olha para a frente com uma arma apontada na direção da câmera.]

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Vida: o retorno do terror no espaço

Eu amo ficção científica.

Não sei quantos posts aqui no Pavê já comecei com essa frase, mas acho que posso falar de novo – eu amo a ficção científica. Ela proporciona uma válvula de escape sem deixar de mostrar a natureza humana, ao mesmo tempo em que temos robôs e aliens. O mais legal é que ela também inclui um milhão de subgêneros, e hoje eu vou falar sobre um filme em particular que está em cartaz: VIDA.

Vida traz uma premissa bem simples. Seis astronautas estão no espaço e tem a missão de investigar resíduos de solo extraídos de Marte. E para sua surpresa, eles conseguem encontrar evidência da primeira vida fora da Terra.

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#pracegover: imagem da Estação Espacial com a Terra no fundo

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Misery: Quando a fandom vai longe demais

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É uma verdade universal reconhecida que um jovem em busca de algo de terror para ler inevitavelmente vai acabar na sessão de Stephen King.

Comecei a ler King com O Iluminado e depois Carrie. São dois de seus melhores livros, com certeza, e grandes clássicos perpetuados através das telonas. Contudo, nenhum dos dois conseguiu evocar dentro de mim a sensação que eu buscava nessas histórias — o medo mais profundo, aquela sensação de inquietação dentro de si.

Mas até hoje, o único livro de Stephen King que me intimidou de verdade foi Misery. Continuar lendo

As aves assassinas de Hitchcock em Os Pássaros (Parece que o jogo virou, queridinha!)

Muitos conhecem o aclamado Psicose, de Alfred Hitchcock, um grande clássico do terror e o longa mais famoso do diretor. No entanto, venho aqui falar de aves atacando pessoas furiosamente e deixando vários rastros de sangue por onde passam. Isso mesmo, com vocês: Os Pássaros!

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A história começa quando Melanie Daniels (Tippi Hedren), encontra com Mitch Brenner, um homem que quer comprar um par de lovebirds ou agapornis (como conhecidos aqui no Brasil) para o aniversário de sua irmã caçula, em uma loja de aves em São Francisco. Ele reconhece Melanie de um encontro anterior, mas ela não se lembra dele, então, como uma brincadeira, ele finge confundi-la com uma vendedora e ela cai na pegadinha: por educação, o atende como se fosse uma funcionária do local. Ela mostra a loja e os tipos de aves totalmente atrapalhada e insegura (afinal ela não trabalha ali nem é especialista em aves, não é mesmo?) não sabe dizer bem os nomes, nem responder as milhares de perguntas que ele faz e quase perde um canário ao tentar vendê-lo para Mitch em troca dos lovebirds (já que esses não possuíam na loja). Mitch faz um trocadilho quando pega o passarinho que Melanie deixou escapar dizendo o nome dela e então, ela percebe o que aconteceu e acorda pra vida.  “Como fui trouxa” – pensou Melanie – “Mas não me permitirei ser feita de trouxa outra vez”.

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Babadook: O terror familiar

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Temendo começar com uma frase clichê, desde pequena eu sempre tive medo de filmes de terror. Não era coisa pouca — na 5ª série, um amigo me contou a trama de O Chamado e eu não dormi por três dias. Não precisei nem ver o filme pra ficar morrendo de medo. Era medo de tudo: fantasma, lobisomem, espírito, vampiro, boneca, gente morta, qualquer coisa dessas. Ficava sem dormir por muito pouco, e demorava a esquecer as cenas de terror, quando as via.

Pra ser bem honesta, fui ver Senhor dos Anéis e fiquei sem dormir por causa do Gollum uns outros dois dias.

Pouco a pouco, fui superando esse medo do terror. Começou com Supernatural, e logo, já estava ficando viciada. Ainda tem alguns que me assustam muito – principalmente os com espíritos – mas comecei a apreciar o gênero pouco a pouco. Assisti muitos filmes clássicos e também os novos nos últimos anos, mas nenhum deles foi uma experiência como eu tive com Babadook.

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